COMO APRENDER MAIS SOBRE O BALLET RUSSO- INFLUÊNCIA NO SECULO XX.
A história do Ballet Russo remota ao fim do século XVIII, período em que na França e na Itália ele já atingira um alto grau de desenvolvimento e perfeição.
O Tsar Alexis Michailovitch fez a primeira tentativa de introduzir o ballet na corte Rússia trazendo do exterior, músicos e dançarinos para representar comédias cantadas e dançadas.
Esses elementos estrangeiros juntam-se aos servos “Boiarin” Matvéev formando assim o primeiro conjunto da corte.
Pedro o Grande, esclarecido reformador e audacioso introdutor das influências ocidentais, tomou o teatro sob sua proteção.
Os Boiary e o clero faziam oposição ao teatro, considerando obra do mal. Tanto o teatro quanto a dança ocidental foram tidos como pecado mortal.
Cobrir com máscaras rosto (a imagem de Deus) era considerado um sacrilégio.
O príncipe Repsin, por exemplo, preferiu morrer antes, a por máscara no rosto, na época de Ivan, o terrível.
Pedro o Grande deveria usar toda sua férrea autoridade para conter a oposição dos russos.
A dança teatral não interessava tanto ao Tsar quanto as danças de salão que devia transformar o gosto e os costumes russos segundo o modelo Europeu.
Só indiretamente eles influenciavam a dança cênica, introduzindo- lhes pouco a pouco novos passos, foi assim, através das danças de salão que na Itália e na França as danças entraram no ballet Russo.
O próprio imperador e sua esposa Catarina l e sua filha Elizabeth aprenderam as danças.
A Imperatriz Ana organizou uma escola de danças e foi criado sob a direção do Maitre francês Lander no próprio palácio de inverno dos imperadores.
Nesta escola foi formado um corpo de baile na época com cerca de 100 interpretes, alunos da escola militar que tomaram parte na ópera “A força do Amor e do Ódio” em 1736.
A criação da verdadeira escola de ballet em 1738, foi um acontecimento histórico de primordial importância para o ballet russo. Três mestres de ballet foram agregados a
corte: o italiano Fusano e os franceses Landé e Le Brum, aluno deste.
No século XVlll, sob o reinado de Catarina ll, o ballet teve um grande desenvolvimento. O mestre “Hilferding” de Viena monta alguns de seus grandes bailados. O cérebro Angelini o substitui e dá um novo impulso ao Ballet Russo.
O Teatro Imperial de São Petersburgo foi fundado em 1766 abrangendo o drama, o ballet e os artistas de salão. Somente em 1806 foi inaugurado o Teatro Imperial de Moscou orientado pelo Teatro Imperial de São Petersburgo.
Geralmente eram os teatros senhoriais de Boiary que forneciam os bailarinos, cantores e comediantes para os teatros imperiais russos, e foram precisamente para os descendentes desses artistas-servos, que foram criadas escolas de teatros.
Em meados do século XVIII sob o Tsar Alexis, os grandes senhores Russos instalaram verdadeiros teatros em suas propriedades rurais e colaboraram com a corte do Tsar.
Desde esta época e durante todo o século XVIII foram constantemente aperfeiçoando os corpos de bailes compostos de servos das glebas Russas.
Esses servos foram confiados por seus senhores a tarefa de reproduzir os passos da dança do Rei Sol – mais refinada arte da sociedade mais aristocrática e mais culta da Europa.
O minueto, as gavotas, as pavanas, as galhardas entre outras. Foram esses humildes camponeses, evocados, através de milênios, os dançarinos contados por Homero, na Ilíada, também primitivos e iletrados na planície da terra fecunda os jovens dançavam rapidamente em círculo batendo em cadeias a terra com os pés.
O labor dos seres primitivos preparou o futuro desenvolvimento da arte do ballet russo, graças ao Elã dançante inato desse povo.
Bem diz Julie Sazanova: “esses camponeses nada sabiam da mitológica helênica, nem de civilização europeia, se transformaram aos sons das flautas e dos violinos em Zéphyros e em Amores das lendas antigas gregas”.
Libertados por alguns momentos de suas tristes condições de vida, encarnando os seres divinais, eles incorporavam a dança em sonhos de liberdade de todo o Elã poético desenvolveram-se tão prodigamente na Rússia.
Da mesma forma que a poesia e a música nunca se separam da tradição popular, assim o ballet nunca desprezou seus obscuros intérpretes.
O ballet clássico, monopólio dos grandes senhores russos, viveu assim em contato muito próximo com o povo, com a arte primitiva e espontânea da alma russa.
Esta origem popular russa marcará o futuro ballet artístico do estilo russo.
Não se pode negar o papel desempenhado na Rússia pelos teatros de Servos no desenvolvimento das artes cênicos gerais e o ballet russo em particular. Vários grandes artistas saíram desses teatros Senhorias.
Como na Europa ocidental, os grandes senhores da Rússia realizavam magnificência e o refinado da encenação, disputavam entre si os melhores artistas Servos.
Convém notar que mesmo ao passarem para os teatros imperiais, esses artistas não foram libertados de seu estudo de servidão, mas a condição de trabalho já era mais livre, sentindo-se mais independentes.
Em 1825, o imperador Alexandre l deu liberdade aos artistas servos imperiais.
Com a chegada em 1801 à Rússia do maitre francês Didelot indiscutivelmente o maior depois de Noverre, o ballet russo recebeu o mais benéfico impulso.
O grande poeta clássico Puchkin dizia: “o ballet de Mr. Didelot traz a selo da viva imaginação e um encantamento estonteante”.
Com o passar dos dias, grandes bailarinos começaram a aparecer, como por exemplo Istomina, “A Taglione Russa” ou “Kolosov” – a dançarina mímica-trágica que dançou a tragédia “Phèdre” de Racine.
Kolosova sabia exprimir-se no ballet por meio da pantomima com seus olhos, seus gestos, melhor que todas as palavras.
O poeta Puchkin, no seu poema “Eugenio Onéghin”, escreveu assim a aparição no palco de Istamina : “aérea, estonteante, rodeada de uma plêiade de ninfas, aparece Istomina. Ela voa como pluma ao sopro de Éolo”.
É a esta estrela do ballet russo que está atribuída a primazia da dança nas pontas dos pés em São Petersburgo em 1820.
O alto nível de aperfeiçoamento do ballet na Rússia permitiu uma interessante e comovedora prática fraternal do ballet na Rússia no curso do século XlX.
O convite de célebres dançarinos estrelas para tomarem partes nos espetáculos de ballet imperial ao lado das estrelas russas, assim todas as estrelas brilharam em igual condição ao lado das primeiras bailarinas de São Petersburgo.
O período áureo do ballet russo abrange toda a segunda metade do século XlX e conta com o concurso de novos coreógrafos franceses como Jules Perrot , de 1848 a 1858, Saint Leon, de 1859 a 1869, e ,
o aparecimento de Marius Petipa de 1847 a 1904, ou seja por mais de meio século.
O papel principal na história do ballet russo como a Petipa que sobrepujou seus colegas e durante mais de meio século consagrou sua vida artística a criação e ao aperfeiçoamento do ballet russo.
No limiar do século XX, estaria ocupando o primeiro lugar na arte da dança no mundo inteiro.
Em Moscou, reinava como coreografo Carlo Blassis, o grande teórico italiano do ballet clássico.
Marius Petipa, severo zelador das tradições acadêmicas do ballet clássico, transportou com carinho, da França para a terra fecunda da Russia.
Ele legou a Rússia o estonteante ballet Férrie.
Depois da partida de seus colaboradores franceses, reinou sozinho estimado pelo imperador e amado pelo público. Ele casou se com a primeira dançarina Imperial.
No fim do século XlX, surgiu um verdadeiro mestre de ballet Russo Lev Ivanov que colaborou artisticamente com Petipa até a sua morte. Nesta época nasceu a colaboração entre o ballet e a música, entre os dois mestres de ballet Petipa e Ivanov e o compositor de gênio russo Tchaikovsky.
Em 3 de janeiro de 1890 foi representado pela primeira vez no Teatro Imperial Maria (Marinsk) em São Petresburg, o grande (Ballet Féerei-divertissement) A Bela Adormecia criada por Petipa sobre a música de Tchaikovsky e Perrault .
O ballet teve enorme repercussão e não saiu do repertório. Composto em 5 atos com duração de 3 horas.
Encorajado pelo êxito do primeiro ballet, Tchaikovsky decidiu escrever música para um novo balle, criado pelo coreografo Lev Ivanov inspirado num conto de Hoffmann.
Em 6 de dezembro de 1892, estreou o ballet “Quebra Nozes”, também no Teatro Maria (Marinski) em São Petersburgo.
Nessa época Tchaikovsky escrevia a música para o ballet “O Lago dos Cisnes”, Ivanov criou
a coreografia do segundo quadro do primeiro ato do ballet. Em 1894, esse quadro foi representado com êxito no teatro Maria (Marinski).
Em 25 de janeiro de 1895, o ballet O Lago dos Cisnes foi representado inteiro com coreografia de Petipa e Ivanov tendo a bailarina italiana Pierrina Legnani no papel de Odete, a rainha dos cisnes.
Essa Bailarina assombrou os expectadores fazendo 36 fouettées nas pontas dos pés. Desde então, o papel de rainha dos cisnes foi disputado por todas as grandes bailarinas russas: Mathilde Kchessenska, Vera Trefilova, Ana Pavlova, Olga Spessivtseva, Catarina Hetzler, entre tantas outras.
O mestre do ballet clássico russo, pode-se dizer, excedeu de si mesmo, criando esta bela imagem do cisne de expressão russa, com sua dança de tanta emoção, doçura e poesia, que fez surgir na dança clássica internacional a expressão da alma russa.
Ao citar aqui o conceito do crítico russo Akim Volynski sobre o gênio Lev Ivanov, “Petipa tornou a mulher sob o aspecto do ‘Rococó’ de Versalailes isso significa renunciar ao problema de solucionar a composição clássica no ballet clássico russo e modificar o próprio caráter da mulher russa – imagem do cisne”.
Lev Ivanov compreendeu perfeitamente quando ele criou suas danças do segundo quadro do primeiro ato do Lago dos Cisnes, inspirado em um conto europeu
Lev Ivanov soube retratar, recriar, seus motivos através do prisma da alma russa e reagir com isso, no caminho de Marius Petipa, um monumento russo, cuja grandeza nos fez olvidar toda a sedução do Rococó francês. A escola coreográfica russa tendo como mestres, Johanson, Cechetti, Petipa, Ivanov, Karsavin, Herdt, Chiriaev, Legat, Sokolova, Preobrajenska, Kulitcheevska, entre outros, vai libertar o dançarino de sua servidão artística.
Assim, descobriram os novos astros de primeira grandeza – Fokim e especialmente, Nijinski. Já nos primeiros anos do século XX afigura-se claramente que o renascimento do ballet europeu viria da Rússia.
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