O BALLET NA CORTE FRANCESA

Publicado por Tadeu Ribeiro em

É a Renascença Itália que nos mostra pela primeira vez as origens do Ballet europeu contemporâneo, separando-o da dança da Idade Média, que tinha ainda caráter simbólico, valor cultural de qualidade religiosa e mágica e dirigindo para a esfera de arte sensorial e emotiva.

A renascença deu ao ballet europeu uma estrutura dramática diferente, substituindo a trama mística medieval pelo novo fundo pagão, emprestando à mitologia da antiguidade clássica.
Na França, o ballet europeu floresceu especialmente. Assim em 1581, foi representado o primeiro ballet Comique de la Reine, com uma suntuosidade inédita, no salão do Louvre , transformado num jardim encantado por um maestro italiano Baldassarino Belgiocoso radicado na frança sob o nome de Baltasar de Beaujoyeux.
Na época, todos os acontecimentos, pequenos e grandes da corte, refletiam-se no ballet representando no reinado de Henrique lV e de Luis Xlll a verdadeira “historia anedótica da época”.

Por exemplo, o ballet Barbiers em 1598 que deu a França um futuro marechal Bassompierre “pour se moquer du roi”.

Assim a atmosfera dessas representações de ballet, nas quais a arte elevada, a fantasia audaciosa, a pomposa etiqueta cerimonial, a declamação, o conto, a música, a dança formavam uma mistura teatral única, sem exemplo na historia do teatro.

BALLET NA CORTE FRANCESA
BALLET NA CORTE FRANCESA

Desta mescla e fusão de artes nasceu o ballet clássico (Julie Sazonova).
Não obstante essa “mélange scénique”, a representação do ballet do século XVll era animada por uma ideia de ação cênica criando uma espécie de unidade da diversidade da representação, tendo sempre o liame íntimo com a vida real. Os ballets do século XVll espelham minuciosamente os principais acontecimentos da corte.
Como seu predecessor, o rei Luiz XlV (“Le Roi Soleil”) também foi iniciado no estudo do ballet desde a infância e tornou-se um iminente dançarino.
O rei Luiz XlV fez uma revolução verdadeira de caráter artístico. Os aristocráticos e senhoriais Ballets de la Reine e Ballets du Roi abandonaram os aconchegos dos salões e das festas da corte para subir o tablado espetacular do teatro.
Beauchamp foi mestre do rei durante 20 anos. Também Molière emprestava seu gênio à criação à mise-en-scène de ballet da corte.
Em 1661, foi criada a Academie Royale de musique et de Danse que escreveu o ballet artístico no seu programa. Esse acontecimento inaugurou uma nova era para o ballet artístico. Baseado sobre estudo sintético, metódico e profissional. Dessa época, o ballet dos diletantes cede lugar ao ballet dos profissionais.
BALLET ROMÂNTICO DO SECULO XIX.
Sob o signo de reforma de Noverre, “drama-ballet-pantomima”, o ballet europeu continua a desenvolver em grande escala.
A técnica da dança clássica evolui, aperfeiçoa-se constantemente, a pantomima se enriquece mais e mais tomando conta do próprio ballet trazendo os títulos tradicionais do pseudoclassicismo: “Le Retour de Zèphere” (1802), “Daphinis et Padrosse” (1802), “Anacreon” (1803), “Achille à sayros” (1804), “Acis et Galathéa” (1806), “La Retour de Ulyssi” (1807), “Venus et Adônis” (1808), “Persis et Adromède” (1810), “Le Elevament de Sabines” (1811), “Flore de Zéphire” (1815), “Les dieux de Riveaux” (1816), “Proserpine” (1818), entre outros segundo Lifar.
Mas como sempre o ballet se incorpora ao movimento espiritual de cada época na historia da humanidade, assim se fez no século XlX, quando surgiu o movimento de Romantismo na Europa ocidental com suas exigências novas na poesia, na pintura, na música e no ballet. Este novo movimento espiritual negou à realidade a primazia na vida, segundo tendência de evadir-se para as regiões etéreas para os sonhos miríficos, para as visões feéricas ao amor, ao sonho.
Por felicidade, o movimento, no domínio da arte coreográfica, fez surgir uma dançarina genial, Marie Taglione, o que foi para a época uma revelação divina da dança e o seu novo modo de representar a dança sobre as pontas dos pés.
A carreira de Marie Taglione começou em 1822, quando ela foi apresentada ao público de Viena por seu pai Felipe Taglione e especialmente quando dançou pela primeira vez em Paris em 1827, na ponta dos pés com sapatos preparados pelo seu pai no ballet La Sylphide.
Inspirando-se em Victor Hugo e Musset, os coreógrafos compõem os novos ballets Esmeralda e Namouna, e o próprio Theóphile Galtier escreveu os librettos de Giselle e Péri.
Assim eliminados do domínio do ballet, os antigos deuses e heróis, a Opera fui entregue aos Gnomos, às Ondinas, às Salamandras, aos Elfos, às Willis, às Péris e a todos esses
entes estranhos e misteriosos que se prestam maravilhosamente às fantasias dos coreógrafos. Seguindo o espírito do Romantismo, o ballet deve também como poesia, revelar a nostalgia da alma humana, perdida no mundo da realidade.
Esses ballets feéries, do romantismo, os ballets fantásticos, os ballets com os fantasmas abstratos, em vez de seres humanos, no palco, iniciado por La Sylphide de Taglione, eram deminados ballet branco por causa do grande uso de musselina, de gaze de tule e de tarlatana, brancos nas fantasias das dançarinas as quais volteando no palco enchiam o cenário de sombras dançantes brancas.
Os chamados Tutus de nossos dias, ainda, que bem encurtados, tem a sua origem no “ballet branco” de grandes e vaporosas fantasias de tule branca.
O ballet romântico produziu grandes obras. Quando Fanny Elsler em “Esmeralda”, injustamente condenada, vai ao sublime suplício, em sua última cena dramática, o público prorrompe em prantos.
Por fim em “Giselle” na dança melancólica na cena da loucura, os espectadores deliram e choram ao mesmo tempo. Bastava ver Ana Pavlova viver a cena trágica em “Giselle” para compreender a dramaticidade desta obra-prima.
Justamente chegamos à época da decadência do Ballet Europeu, que correspondeu perfeitamente à época antiestética de utilitarismo, do Niilismo, da negação absoluta da importância da arte na vida dos povos, em meados do século XlX.
Durante essa época o ballet floresceu na Rússia, estimulado pelo governo imperial. Por essa razão, grandes coreógrafos e bailarinos foram para a Rússia. Na época São Petersburgo era a capital do império e ela tornou-se o refúgio do ballet e guardou fiel tradição desta arte.
Desta fusão cultural de diversas doutrinas e influencias artística, nasceu a nova escola de coreografia de expressão russa, que cultivou, num ambiente a alta cultura artística, e os princípios, as tradições do ballet clássico, nos quais formaram os artistas coreógrafos russos, que no futuro próximo conquistariam o mundo inteiro com os famosos “Ballets Russes”.

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